Decisão do Governo Federal vai atrasar as obras do Eixo Norte do Projeto da Transposição do Rio São Francisco
A realização de uma nova licitação a ser feita pelo Ministério da
Integração para execução das obras da primeira etapa do Eixo Norte do Projeto
de Integração do Rio São Francisco, do lote que foi abandonado pela construtora
Mendes Júnior, vai atrasar o cronograma em, pelo menos, mais 10 meses. Essa
afirmação foi feita hoje (09), pelo deputado estadual Jeová Campos. Foi o
parlamentar que durante uma inspeção técnica ao local, em julho passado, ainda
como presidente da Frente Parlamentar da Água da ALPB, constatou o abandono da
obra pela Mendes Júnior e denunciou às autoridades e a Imprensa o que tinha ocorrido.
Segundo o deputado
paraibano, ao invés de fazer nova licitação, o governo federal teria outra
forma de contornar esse transtorno e que não atrasaria tanto a conclusão da
obra. “O Tribunal de Contas da União (TCU), em decisão anunciada
no dia 10 de agosto passado, deu parecer favorável para que o Ministério
adotasse a medida mais adequada para garantir que as obras do Projeto não
sofressem descontinuidade. E dada a urgência da situação, diante da grave crise
hídrica que passa o Nordeste, cuja solução só será resolvida com as águas da
transposição, o mais prudente seria o governo firmar um contrato emergencial
com as construtoras Queiroz Galvão ou Serveng, que são empresas que já participam
do Projeto, já estão mobilizadas no local, com equipamentos e material humano,
são habilitadas no Ministério, vêm cumprindo rigorosamente os contratos e poderiam
assumir os serviços imediatamente, sem comprometimento do cronograma”, destaca
Jeová.
Para o
parlamentar, a realização de uma nova licitação, cujas propostas só estão previstas para
serem abertas na primeira quinzena de janeiro do próximo ano e cuja contratação
das obras só deve ocorrer em fevereiro de 2017, a conclusão da obra vai atrasar
mais uns 10 meses. “Depois de escolhida a empresa, leva um tempo para que ela
disponibilize maquinário, se instale no local, forme equipe e reinicie o
projeto e todo esse processo seria extremamente agilizado caso houvesse a
contratação emergencial das empresas que já estão instaladas e trabalhando na
obra”, enfatiza Jeová.
O trecho que é alvo do edital,
segundo divulgação do Ministério da Integração, contempla a realização de serviços em 140
quilômetros de extensão, que atravessa os municípios pernambucanos de Cabrobó,
Salgueiro e Verdejante e pela cidade cearense de Penaforte. Os contratos
da Mendes Júnior, segundo Jeová, compreendem lotes responsáveis pela captação
de água do rio São Francisco, em Cabrobó (PE), até o início do reservatório
Jati, em Jati (CE) e das três estações que deveriam ser construídas pela Construtora,
a primeira já foi feita, com 40 km de canal que, inclusive, já estão com água, a segunda, já estava em
fase de testes quando a MJ abandonou a obra em julho, e a terceira sequer
começou a fase de montagem. “Essa é uma obra de continuidade, onde um trecho
compromete o todo, daí também a urgência de se resolver o problema da
substituição da construtora e reiniciar a obra”, esclarece Jeová.
Com a conclusão das
estruturas necessárias para a passagem de água, a expectativa do Ministério é
beneficiar o reservatório Jati, localizado em Jati (CE), em agosto próximo e,
em setembro, a população da Região Metropolitana de Fortaleza. O estado do Rio
Grande do Norte será atendido em dezembro de 2017 mais ou menos na mesma época
da Paraíba. “Para quem estava esperando e necessitando de água até abril,
esperar até dezembro será uma
calamidade, caso não haja chuva em abundância no próximo ano, o que pelas
previsões não deve ocorrer”, lamenta Jeová.
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